EM BUSCA DE NÓS MESMOS
- Clayton Machado
- 5 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Ir.’. Bráulio Carlos Bezerra Filho

Conhecedores que somos dos poderes ocultos do som e dos
acordes da lira, discípulos de Orfeu, filhos da grande Mãe Natureza
e do Sol fertilizador, aqui plasmamos a fraternidade.
Olhemos em torno e para dentro, com olhos de ver.
No tempo universal, num momento de profunda meditação,
estejamos alheios ao peso da pobreza e da fortuna, ao fluxo das
angústias e desejos, do que foi e o que será de nossas vidas,
porque este é um momento de arrebatamento. Nossa alma em devaneio,
partamos ao encontro de nós mesmos, cada um pelo seu caminho e a
seu modo, mas sentindo que encontrar-se a si é encontrar o outro.
E que o caminho mais curto e mais direto é o amor ao próximo.
Somente a união pode totalizar a grandeza.
Ser Iniciado é muito mais que divergir ou não divergir, estar
ou ter estado, poder ou não poder.
Principalmente, é querer fluir e doar-se, integralmente, em
prol da humanidade. É sentir que a obra é muito mais importante
que nossos pontos de vista pessoais.
Quando nos imaginamos depositários da razão, devemos
perquirir se não estamos sendo aquele sinuoso traço, no qual o
Supremo Arquiteto está escrevendo Sua verdade, que inadmite
coincidências e é eterna.
A realidade de nossas filosofias é, às vezes, diferente
daquela que percebemos. A evolução do conhecimento nos faz
compreender que, a cada momento que passa, somos seres mais
anônimos. A Grande Luz assim nos fez, impessoais, para que nos
totalizássemos no trabalho fecundo de colaborar na obra de Sua
criação. Fomos programados em frequência moduladora e as
resultantes vibrações dependem de nosso livre arbítrio, do modo
como o exerçamos.
Se somos iniciados, não temos o direito de esmorecer quando
nos deparamos ante atitude ou comportamento errôneos.
Não poderíamos desenvolver o bem se não tivéssemos o mal para
comparação - como não acertaríamos se não errássemos. Temos que
ver o anormal com espírito crítico, pois nosso conceito de
normalidade é o da maior frequência, sem que ainda possamos
realmente compreender se aquilo que é mais frequente é, por isso,
normal.
Somos Iniciados e nos reunimos aqui para estudos filosóficos.
Nossa condição primeira é não ter padrões éticos apriorísticos,
mas uma atitude mental aberta, solícita, dinamizada no afã de
atingir o ideal interior. Nossa única premissa é estarmos ávidos
de especular, cada qual a si, para assim eclodir num sentimento
maior de grandeza.
A ignorância confere aos homens naturalidade face à tragédia,
o conhecimento inquieta-os diante dela.
Ninguém veio aqui trazer soluções. Todos viemos buscá-las,
desenvolvendo nossos estudos, buscando o silêncio interior, o
bálsamo da meditação. O que carecemos não é de um rótulo, mas do
exemplo maior que mil palavras, de uma conduta de vida realmente
de Iniciados, secularmente partícipe, laboriosa, no sentido de nos
encontrarmos em nós buscando o próximo.
A transformação interior que devemos operar, o encontro de
nós mesmos, é acessível a todo homem de boa vontade. Depende
unicamente dos meios que cada ser inteligente traz, em si mesmo,
de se ultrapassar.
Conheço um homem humilde, carpinteiro, que nunca frequentou
escola, mas aprendeu sua profissão, a ler e a calcular. Fez-se um
poli artífice, hábil na construção de todos os materiais. Estudou
química - a ponto de ser, numa fase da vida, responsável pelas
manipulações de um laboratório farmacêutico industrial.
Além disso, é conhecedor profundo do comportamento humano.
Discorrendo sobre as mudanças que o homem sofre a cada sete anos,
a que dá o nome de periodismo biológico, ainda há pouco tempo me
falava da necessidade de se estudar a psicologia da vida antes do
nascimento. Pouco depois, uma revista científica de respeitável
porte trazia um estudo sobre a psicologia do embrião. E aquele
homem nunca tinha frequentado escola!...
Ao ser inteligente e de boa vontade são inerentes os meios
de se ultrapassar. Será que nos tornamos destros em nos inquirir
e analisar? Estaremos sendo úteis na obra da evolução interior que
o homem deve sofrer?
Só a utilidade ao próximo pode justificar a existência e
torná-la fecunda e feliz. Os problemas estão aí a nos desafiar.





Excelente dia venerável mestre e irmãos,e uma reflexão muito boa para se fazer, coisa que não praticamos no nosso dia, dia, mais temos que desenvolver muito como ser humano e saber o filho de Deus foi um carpinteiro, deixando assim muita sabedoria e aprendizado pra toda humildade, é assim que temos que ser e aprender a andar nós caminhos do senhor Jesus Cristo.