DA CURIOSIDADE À SABEDORIA
- Clayton Machado
- 3 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

Os termos “Informação”, “Conhecimento” e “Sabedoria” são, frequentemente, utilizados com o mesmo sentido, o que traz muitas interpretações dúbias e até errôneas, principalmente no que diz respeito aos termos conhecimento e sabedoria.
A informação é o dado em seu estado bruto, captado pelos sentidos de todos os níveis: um odor, uma imagem, uma sensação, etc.
O conhecimento é a informação analisada, compreendida e incorporada.
A sabedoria é o conhecimento submetido ao julgo da Ética e da Moral.
Desta forma, não há sabedoria sem conhecimento e nem conhecimento sem informação.
No entanto, a informação que não é transformada em conhecimento é inútil.
A inteligência é o dom humano capaz de “digerir” as informações, através da análise e transformá-la em conhecimento útil.
Para guardar uma informação, precisamos retê-la em nossa memória.
Para guardar um conhecimento, devemos incorporá-lo em nossa mente e, consequentemente, em nossa maneira de pensar.
De forma semelhante, o conhecimento diferencia-se da sabedoria.
O conhecimento que não é transformado em sabedoria está sujeito a tornar-se alimento para o vício, um vício mental que, incorporado em nossa mente, passa a influenciar negativamente nossa maneira de desenvolver processos mentais.
A Sabedoria é a mãe de todas as virtudes, pois é dela que se origina a prática consciente dos bons hábitos que, incorporados em nossa maneira de pensar, conduzem o homem à Verdade.
Sendo a ignorância a ausência de conhecimento, ainda que a mente possua informação em abundância, esta é menos perigosa do que o conhecimento que não é feito sabedoria, pois conhecer sem saber é como possuir uma espada sem os critérios que diferenciam sua utilidade consagradora de sua capacidade mortal.
A ignorância é o estado original de todo o ser pensante, inicialmente desprovido de conhecimento por não ter sido alimentado pela informação obtida pela experiência e pela instrução.
Sabe-se que não é possível dar conhecimento ao homem, pois este só pode ser construído por ele mesmo.
No entanto, é possível fornecer-lhe informação, submetendo-o às experiências e instigando-o à busca.
Para tanto, a curiosidade cumpre seu papel de alavanca que impulsiona o homem a buscar a informação e, através desta, a construir o conhecimento.
Na iniciação Maçônica, mais precisamente na Câmara de Reflexões, existe a frase “Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te”, que tem como objetivo alertar o candidato que este deverá desistir de ingressar na Maçonaria, caso sua motivação seja a mera curiosidade.
Esta curiosidade, enquanto apenas desejo a ser saciado, age tão somente como elemento de busca da informação, não digerida e, possivelmente, mal interpretada.
No entanto, não devemos condenar a curiosidade, pois ela é parte integrante de qualquer ser pensante.
Sendo um elemento útil ao aprendizado, a curiosidade é a força impulsionadora do espírito investigativo, necessário à busca do conhecimento e, consequentemente, da sabedoria.
É através da curiosidade que despertamos para o aprendizado, lançando mão da fé - não aquela cega ao mundo e limitada aos dogmas - para perseverar na busca, utilizando a inteligência para analisar o mundo à nossa volta e colocando o conhecimento obtido sob o julgo da retidão Moral, da sinceridade de propósitos e da vigilância aos princípios universais, presentes no íntimo do ser.
Somente assim que somos capazes de atingir a Sabedoria.
Por: Murilo Juchem M∴M∴
11/03/2023
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