A ATUAÇÃO DA MAÇONARIA NA REVOLUÇÃO 1932
- Clayton Machado
- 26 de out. de 2024
- 4 min de leitura

Em 1932 o Brasil vivia sob o regime implantado pelo golpe de
1930, e os Paulistas, sobretudo os dirigentes do PRP- Partido
Republicano Paulista, não se conformavam com o resultado da
Revolução de 1930.
A nomeação de um não paulista [João Alberto] como interventor
de São Paulo, foi a gota d'água para o desencadeamento de uma
grande propaganda contra o governo federal, na qual se destacavam
lemas como: "São Paulo conquistado!!", "São Paulo dominado por
gente estranha!", "Convocação imediata da Constituinte!", "Tudo
pela Constituição!".
A onda de agitação e descontentamento prosseguiu, e mesmo
diante da promessa de eleições, nova Constituição e a nomeação de
interventor paulista para São Paulo, o Estado se levanta contra
a Revolução de 30.
A Maçonaria participou ativamente da Revolução de 1.932, como
outrora, já havia atuado nos destinos de nossa nação, e sempre
discretamente deixando sua marca.
Já a partir do início de 1931, da pena do advogado, jornalista
e tribuno Ibrahim Nobre, maçom da Loja Fraternidade de Santos,
saiam críticas mordazes contra o golpe e a situação social, que
eram publicadas no jornal paulista "A Gazeta".
No início de 1932, o pensamento da população de São Paulo
seria cristalizado na expressão "Civil e Paulista", repetida pelos
meios de comunicação, externando o desejo de ter um interventor
federal que não fosse militar e que fosse de São Paulo.
A 3 de março, ouvindo o clamor dos paulistas, o ditador nomeava,
para o cargo, o embaixador Pedro de Toledo, Maçom, ex-
Grão-Mestre do Grande Oriente Estadual (1908-1914), o qual
assumiria no dia 7. Essa indicação, todavia, não serviu para
aliviar o mal estar e a tensão reinantes em diversos pontos do
país, começando, dessa maneira, a fermentar a revolta.
As reuniões preparatórias do movimento foram levadas a efeito
na sede do jornal "O Estado de S. Paulo", pelos maçons Américo de
Campos (Loja América), Francisco Rangel Pestana (Loja América),
Manoel Ferraz de Campos Salles (Loja Sete de Setembro) e José
Maria Lisboa (Loja Amizade).
Nessa época, o jornal já era dirigido pelo Ir.·. Júlio de
Mesquita Filho (Loja União Paulista), que era um dos principais
líderes do movimento.
O estopim da revolta já havia sido aceso a 23 de Maio 1932,
quando durante uma manifestação na praça da República, alguns
jovens - MARTINS, MIRAGAIA, DRÁUSIO e CAMARGO, cujos nomes deram
origem ao M.M.D.C. foram mortos pela polícia política da ditadura.
São Paulo já possuía um governante civil e paulista, de modo que
a grande reivindicação foi mesmo a promulgação da nova
constituição.
Em reunião realizada no dia 7 de julho, com a presença de
Francisco Morato, general Ataliba Leonel, Sílvio de Campos,
coronel Júlio Marcondes Salgado e general Isidoro Dias Lopes,
ficou decidido que o levante aconteceria no dia 20, sob o comando
de Isidoro e do coronel Euclides Figueiredo.
Pedro de Toledo ainda tentou evitar a revolta, mandando seu
genro ao Rio de Janeiro, no dia 8, para conferenciar com Vargas.
Todavia, em nova reunião, nesse dia, resolveu-se deflagrar o
movimento no dia 09, antes que chegasse a S. Paulo o gal. Pereira
de Vasconcellos, para assumir o comando da 2a Região Militar.
A 9 de julho, um sábado, a revolta constitucionalista estava nas
ruas.
O movimento eclodiu às 11:40 h., sob o comando de Euclides
Figueiredo, com a tomada do Q.G. da 2a Região Militar. No mesmo
dia, às 23:15 h., as sociedades de rádio eram tomadas por civis.
No dia 10, o interventor Ir. Pedro de Toledo era aclamado, pelo
povo, pelo Exército e pela Força Pública, como governador de S.
Paulo!
A 14 de julho, convocada pelo Grão-Mestre estadual de S.
Paulo, Ir José Adriano Marrey Júnior, houve uma reunião dos
Veneráveis das Lojas da Capital. Nessa reunião, foi solicitado o
apoio das Lojas à causa paulista, o auxílio às famílias dos maçons
que tivessem seguido para as frentes de batalha, e a colaboração
de todos os maçons que pudessem tomar parte, de alguma maneira,
nessa luta por São Paulo.
Mas os Paulistas ficaram sós, não houve adesão das outras
oligarquias dos demais estados.
Deixado sozinho na luta pela Constituição e pelo Brasil, os
combatentes de S. Paulo sem o esperado apoio de Minas Gerais e do
Rio Grande do Sul e sem os recursos necessários, iriam resistir
apenas durante três meses.
O bloqueio do porto de Santos e a grande concentração de
forças federais, vindas de todos os Estados, venceram a
resistência dos soldados paulistas, graças ao esgotamento de seus
recursos.
Getúlio vence a Revolução, mas mesmo assim o governo percebeu
que era difícil governar sem as oligarquias paulistas. Para não
perder o poder, Vargas convoca uma Constituinte visando a
conciliar as diversas tendências.
Em julho de 1934, foi promulgada a nova Constituição
brasileira, pela qual lutara S. Paulo e a Maçonaria em 1932.
Queremos prestar a nossa homenagem aos Maçons que participaram da
Revolução Constitucionalista de 1932, conclamando os obreiros a
seguirem o exemplo daqueles Irmãos e a trabalharem incessantemente
por uma sociedade mais Justa e Perfeita, como verdadeiros
construtores sociais.
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Fonte de pesquisa:
- A maçonaria e sua política secreta - José Castelhani
- Consultas na Internet.





Excelente
Interessante essas histórias.
Tinha aprendido que maçon não podia envolver em política nem religião para ser livre e aceito.
E os maçons tiveram participação maciça na política. Bão também.